domingo, 14 de setembro de 2008

_Nosso pai era amigo do Rei, pois era um dos poucos camponeses que não reclamava de sua vida medíocre, ele sempre dizia que foi Deus quem quis que fosse assim... E por isso nunca se juntou a nenhuma revolução, rebelião ou guerra. Talvez o fizesse pensando em nós e na nossa mãe a quem ele tanto amava. Enquanto isso em um feudo não muito distante dali, Midgard, havia um rei chamado Adoriam. Esse rei conquistou muitas terras, claro, ele não era um rei ambicioso, era um Homem bom! Que ajudava os camponeses. Ele teve inúmeras vitórias, grande conquistas... Todas, ao lado de seus jovens e fieis cavaleiros! Conhecidos como comitatus, uma associação na quais os jovens guerreiros juravam obediência, lealdade e fidelidade ao chefe militar escolhido. O chefe militar, por sua vez, jurava aos seus guerreiros que lhes daria parte dos bens saqueados dos adversários, as armas necessárias e a garantia de subsistência.
_E assim todo o reino da Bretanha ate a região Germânica foi dominada por Adoriam e seus homens!
Ate mesmo os mais valentes Vikings temiam esse Homem!
Mas algo inesperado ocorreu... _Todos os edifícios refletem a sociedade que os produz, e os castelos são o produto característico de uma sociedade feudal, dominada por uma aristocracia militar para a qual eles são a moldura apropriada. Os castelos estavam entre as mais prestigiosas das casas senhoriais no período feudal e converteram-se também em símbolos da nobreza feudal. O castelo era a residência fortificada não só do rei ou príncipe, mas de qualquer senhor.
Ryan ergue a cabeça sem entender muita coisa do que se estava passando naquele local. Olhou para o irmão que orgulhosamente contava e pronunciava as sabias palavras que havia aprendido no movimento do Renascimento Carolíngio. Ryan deitou sua cabeça na dura mesa de madeira e suspirou. Seus sonhos, medos e inseguranças haviam desaparecido assim como o pouco de calor que ainda sobrava. Havia começado a chover e agora não se podia agüentar a temperatura presente ali. Galadher notou o irmão, mas esse logo se levantou e esforçou-se para não demonstrar nenhum sinal de fraqueza ou desanimo... Galadher então continuou:
_ É essencial sublinhar que o papel do castelo era, pelo menos, tão importante quanto o castrense. Tanto quanto qualquer consideração tática ou estratégica, é isso o que pode explicar a localização de um castelo; suas acomodações internas – salões, alcovas, capelas, etc.; e (combinados com a solidez do castelo como um lugar seguro) tesouraria, arsenal e prisão; e enfim, sua função geral. Quer real ou senhorial. Como centro do governo local.
_É igualmente importante enfatizar que o papel militar do castelo não era apenas defensivo. A defesa militar do castelo determinou seu traço e todas as características arquitetônicas mais salientes. Uma grande torre de menagem dominava o conjunto como ultimo reduto, mas também continha as melhores acomodações residências. Sólidas e robustas muralhas com ameias, cercavam o castelo, entremeadas de torres salientes – torre de ângulo, torre de “abrir fogo”, etc.
O raio de ação do castelo corresponde ao raio de ação do cavalo e do cavaleiro armado, não ao limitado alcance dos armamentos defensivos que ali tinham sua base e que, pela forma como eram dispostos, fazia dele um lugar quase inexpugnável. Na análise militar, o papel ofensivo do castelo é primordial, seu papel defensivo, secundário, embora ambos os aspectos se conjuguem para decidir uma guerra...
Ryan estava exausto de toda aquela conversa, mas ele há muito tempo quis saber a história.
Ryan ajeitou-se na cadeira, encolhendo-se na esperança de diminuir o frio q nenhuma parede podia impedir e que entrava pela casas atingindo seus ossos e sua condição de ouvinte.

A noite ia longe em sua imensa escuridão e trevas, o frio empurrado pelo vento por entre as paredes das casas, faziam ate mesmo os nobres tremerem, o som das primeiras gotas de chuva na terra e a luta entre as árvores da floresta de Réquiem contra o vento, eram as únicas coisas que se podiam ouvir naquele final de tarde, onde um silêncio incomum pairava. O Inverno se aproximava e o trabalho servil iria cessar, ainda que por pouco tempo.
Aquele poderia ser considerado um feudo qualquer, uma habitação em que a troca de favores era comum em qualquer região da Europa neste período, mas havia uma diferença, havia um homem que não se contentava com sua vida... Seu nome era: Galadher, filho de Glóin. Em sua pequena casa localizada nas terras comunais Galadher comia um pão já duro e sem sabor, seus dois irmãos, menores, dormiam um ao lado do outro, juntos, unidos na esperança de vencerem o frio. Sentando em uma mesa rústica, e que de longe poderia se perceber ser muito luxuosa para um simples camponês, Galadher se lembrava da guerra travada seis anos antes, em que seus pais foram mortos. Aquela guerra que ficou conhecida por todos como a guerra de Adoriam, antigo Senhor Feudal de Midgard, o feudo mais próspero e conhecido de toda Europa, situado na região da Bretanha, seus guerreiros eram fortes e corajosos, seu povo não temia nada, trabalhavam por vontade própria e serviam a Deus com devoção e alegria. O seu Senhor Feudal era bondoso para com todos e por isso todos o admiravam e respeitavam-no. Mas algo ocorreu. Algo que ninguém sabe ao certo explicar, e Adoriam começou a invadir terras vizinhas, começou a se corromper. Uma a uma as terras livres da Europa foram sendo dizimadas e conquistadas por Adoriam e seu exercito, que desejavam sempre mais e mais. Em uma última esperança de acabar com essa guerra que já durava quatro anos os Elfos e os Anões interferiram, causando a quebra de uma aliança sagrada, entre homens, elfos e anões, que já durava milhares de anos. Adoriam com todo seu poder armou uma emboscada e fez com que Ewrain rei dos anões traísse os elfos... Nessa última batalha milhares de elfos foram mortos pelos machados dos anões, criando assim uma rivalidade entre as duas raças. Os elfos então se retiraram e foram descansar e esperar por vingança... Quando Ewrain percebeu o que havia feito se arrependeu e matou Adoriam. Tudo isso ocorreu no feudo de Bhirt e foi presenciado por uma única criança, chamada, Galadher. Esse viu o terror, a guerra e o sangue de seus pais serem derramados... Tudo por um único motivo... A sede pelo poder.
Logo após as batalhas Galadher e seus dois irmãos partiram para o norte, em busca do sol, em busca de uma terra livre onde eles poderiam então, se reencontrarem com seus pais e descansarem, mas em sua jornada Galadher acabou ficando preso a terra de Isyd, onde conheceu a adorável Arenith filha do Rei daquela região.
_ Já faz tanto tempo... Murmurou Galadher para si.
_Não esperava que fosse levar tanto tempo... Disse ele agora tomando um pouco do bom vinho que ainda lhe sobrava. Vinho que havia sido roubado da casa do Senhor Feudal em uma de suas visitas. Galadher possuía muitos dons e, portanto era um dos poucos camponeses que podia ir ao castelo, sem maiores problemas.
_Ainda acordado Gal? Perguntou Ryan, irmão mais novo de Galadher, que tremia de frio e segurava com força a um brinquedo de madeira.
_Sim... Estou lembrando algumas coisas. Respondeu Galadher contemplando seu pequeno irmão... _Amanhã é seu aniversário de seis anos, né? Perguntou Galadher ao irmão, que agora estava sentado a mesa com o irmão.
_É... Verdade, amanhã fico mais velho. Ryan deu um pequeno sorriso e logo voltaram à expressão de sono, frio e tristeza que lhe era típico. Ryan olhou para o irmão esforçando-se para não dormir, sabendo que agora viria algo importante, algo cujo qual ele sempre sonhou, a verdade, Ryan então perguntou ao irmão:
_O que aconteceu naquela noite? À noite em que eu nasci. O que houve com o papai e a mamãe?
Galadher assustou-se com a maneira que seu irmão falava e por alguns segundos, que para Ryan foram uma eternidade, eles se encararam. O copo de vinho agora sobre a mesa tremia com o forte vento que entrava por entre as frestas das paredes. Galadher suspirou e disse ao irmão:
_Quer mesmo saber, eu não me lembro muito bem... Era pequeno na época, mas o que sei irei te contar preste atenção e não ouse dormir, porque se o fizer, perdera essa chance. Na vida só temos uma chance de sabermos a verdade e lembre-se se quiser ser livre a única coisa que pode lhe conceder isso é a verdade.
Ryan olhou para seu irmão, tomando um gole de vinho, perplexo, como se não soubesse o que havia acabado de dizer... Antes de conseguir dizer qualquer palavra Galadher começou a falar.
_Tudo começou quando nosso pai, Glóin, conheceu nossa mãe, Erice...
_Não precisa começar de tão longe. Interrompeu o irmão, com um olhar de arrogância.
_Ah sim! Então vamos lá! Exclamou Galadher se dando conta de sua falha como contador de historias _Nossa família, a família Ryuit, vivia no feudo de Bhirt e éramos uma família feliz, o Pai, a Mãe, que estava grávida do Galden e Eu. Trabalhávamos feitos loucos durante todo dia, e ao final dele íamos para o grande rio e lá descobríamos que o Senhor Feudal, a vida, podia nos fazer escravos, servos de sua vontade, mas nunca, jamais, poderiam aprisionar nossa alegria, e isso fazia com que continuássemos vivos, com que continuássemos querendo viver... Naquele rio eu vi varias vezes o “Sol”... Um dia você também ira vê-lo!
Galadher olhou para o irmão... Os olhos de Ryan brilhavam de alegria diante daquela história, Galadher então continuou.

Capítulo 1 - A Profecia

" Nas terras do norte se esconde o vinho, por de trás das montanhas as árvores e entre ás árvores homens seguram machados. Aquele que mantiver o machado se tornará rei, aquele que possuir, o primeiro, fugirá para assegurar sua vida e
aquele que beber o vinho despertará o maior de todos os poderes... Isso ocorrerá no quarto mês e um matará o outro até obterem a vitória..."

" ... A terra estava coberta por uma neve que começa a derreter e uma imensa camada de névoa impedia Zaki de enxergar muito longe, o frio e o vento sopravam em comum acordo sendo incapaz definí-los, mesmo com e frio e com medo - o que não era comum - passo a passo Zaki caminhou, lentamente, até a ponta do penhasco e encontrou o que tanto procurava."